As Sessões de Análise: relatos
Relatos de sessões de análise (enquanto paciente/analisante)
Tem dias que saio da análise angustiada por ter escutado o que eu mesma disse.
Tem dias que me sinto bem em falar e organizo meus pensamentos.
Tem dias que saio da análise angustiada com a intervenção do meu analista.
Tem dias que a intervenção do meu analista parece tirar 10kg das minhas costas.
Tem dias que não tenho vontade de ir para lá, pois não sei o que falar.
Tem dias que chego lá falando pelos cotovelos e não da tempo de falar nem metade do que eu desejava.
Tem dias que só quero escutar, mas o que escuto é o silêncio do meu analista.
Tem dias que não quero escutar, mas meu analista se coloca a falar (por vezes até mais do que eu).
Tem dias que chego lá, sem planejar falar nada, e acabo entrando em assuntos que eu nem imaginava.
Tem dias que quero falar algo, mas tropeço em minhas palavras.
Tem dias que a intervenção do meu analista, por mais dura que seja, me fez tomar atitudes e repensar meus atos.
Tem dias que a intervenção do analista, por mais sutil que fosse, me fez desejar ficar parada.
Tem dias e dias...
Mas não é sobre cada sessão, e sim sobre o processo. Sobre desejar estar ali, desejar falar, desejar escutar, desejar saber mais de si e desejar se transformar.
A análise não é um processo fácil, mas ela me ajuda a me implicar na minha própria história, a entender minhas angústias e o lugar dos meus sintomas, a fazer um menos em meus excessos e a apostar no meu desejo.
No fim do dia, a análise me ajuda...
a me responsabilizar (incluindo pelo o que eu me queixo);
a me aceitar (incluindo minhas limitações);
a caminhar (mesmo que cada dia de um jeito);
E a ser (mesmo que faltosa).
A análise me ajuda a viver!