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Fazer-Falar e a Clínica do Simbólico

Um dos pontos de trabalho na análise (referente à clínica do simbólico) é fazer falar o que fala no paciente, isto é, colocamos o paciente para falar para que se apresente o que nele fala!



Por exemplo: em um caso específico o paciente estava sempre a espera do outro para resolver os problemas de sua vida e as questões que coloca e, quando começa a ter um sonho recorrente, o traz para a análise: sonha que está fazendo novamente o curso de graduação. Quando o analista indaga “recursos?” o sujeito começa se perguntar: quais são os meus recursos? eu tenho recursos? O que eu posso fazer? Que pode lê-se em: começa a se perguntar menos sobre o outro e mais sobre si próprio, saindo da posição de objeto e se tornando menos passivo diante a sua vida.


Essas indagações que o sujeito começa a se fazer (hora mais explícitas, hora mais silenciosas) indicam um trabalho analítico se dando por meio do próprio paciente e esse é o objetivo de uma intervenção!


A pontuação do analista - “recurso” - abriu, portanto, uma outra cena!


Isso ilustra que o trabalho na análise na perspectiva simbólica se dá através da escuta dos significantes: apontar e demarcar essa palavra, discurso ou junção de palavras que coloque-o para falar mais, que coloque-o em trabalho!


É escutar, portanto, para além da história que está sendo contada, ouvindo o significante que faz cadeia: como um áspero ponto, que gruda, que pega e que toca o sujeito!


(Referência: seminário sobre a prática clínica na atualidade com o Psicanalista Alexandre Simões)

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