Mal-estar
Freud já havia advertido que existe um mal-estar da civilização.
Isso se dá pois todos nós temos pulsões agressivas dentro de nós que devem ser renunciadas para conviver em sociedade.

Ou seja, a civilização se constitui sempre a partir de uma renúncia pulsional, dado que se as pulsões ficassem desenfreadas, resultaria em um caos total, então é necessário leis para se conviver em sociedade.
Isso provoca, contudo, uma frustração cultural, já que quando uma pulsão não se satisfaz, o sujeito fica marcado por uma insatisfação e um sofrimento: o mal-estar!
Com a repressão pulsional frente às exigências culturais, a satisfação se torna possível através de soluções imaginárias: como fantasias e os próprios sintomas!
O sintoma é, então, uma forma de satisfação pulsional substitutiva que rebaixa as satisfações pulsionais ao nivel do imaginário, fugindo do ato!
Existe, além disso, a sublimação, que é outro destino da pulsão que coloca uma enorme carga de energia a favor da cultura, mostrando como criação artística contribui para reduzir o poder da repressão social sobre as pulsões.
É evidente, desse modo, que a sociedade é constituída por leis que moldam as relações entre os sujeitos fazendo do mal-estar algo inerente à todos nós!
Logo, a erradicação do mesmo é algo ilusório: o mal-estar sempre vai existir!
Existem soluções satisfatórias, mas elas nunca serão completas e sim paradoxais!
E é por isso, inclusive, que a psicanálise não é a clínica do bem-estar, pois sua escuta está atenta a essas questões, sendo, portanto, a clínica do bem-dizer!