Subjetividade
Subjetividade é um termo clássico da Psicologia e pode-se até dizer que ela é a ciência que a estuda!
Mas o que é subjetividade? É o espaço íntimo/mundo interno de um indivíduo, mas que está o tempo todo se relacionando ao mundo externo. Ela é, portanto, essa mistura de marcas singulares com crenças e valores compartilhados culturalmente. Assim sendo, subjetividade é um conceito sociológico que está ligado ao sujeito histórico que é atravessado pela cultura.

No entanto, ela não diz respeito a todo o aparelho psíquico, e sim ao lugar onde os enunciados sociais se articulam ao eu. O aparelho psíquico implica certas regras que excedem, portanto, a produção de subjetividade: como os aspectos pulsionais e gozosos!
A psicanálise está rigorosamente atenta a essas questões e ela é, inclusive, a clínica do caso a caso, que estuda o que há de mais particular nos sujeitos: o inconsciente. O que ela tem, então, a ver com esse conceito?
Lacan já dizia que o psicanalista deve alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época. A psicanálise salienta que, nesse sentido, as produções sintomáticas mudam com o tempo e com a subjetividade da época: o que muda não é a etiologia e causalidade, mas sim suas formas de manifestação!
Ou seja, por mais que tenha algo de singular nos sujeitos, não se pode fechar os olhos para o fato de que somos marcados por representações políticas e sociais de nosso tempo!
O singular faz parte da grande história: a cultura! A relação entre sujeito e cultura tem seu lugar central desde Freud que escreveu diversos textos sobre isso: como "Totem e Tabu", "Mal-estar da civilização", "Psicologia das Massas..." e "Moisés e o Monoteísmo"...
Lacan ainda incluiu o conceito de grande Outro: que é o outro da cultura, da autoridade e da Lei, dando a entender que a sociabilidade do sujeito tem início na relação com esse Outro. Ou seja, a experiência subjetiva implica, necessariamente, uma referência ao Outro, estando ligado à linguagem que é algo construído culturalmente.
Se a psicanálise é uma experiência da linguagem, ela tem que estar sempre atenta às questões culturais! Os significantes de nosso tempo nos marcam constantemente, afetando os sujeitos do inconsciente!